domingo, 14 de maio de 2017

O BRINCAR AO LONGO DO TEMPO: RECORTES HISTÓRICOS.

*Pos DANIEL MACEDO


A atividade lúdica é uma realidade originária, que corresponde a uma das noções mais primitivas e profundamente enraizadas em toda a realidade humana, sendo do jogo que nasce a cultura, sob a forma de ritual e de sagrado, de linguagem e de poesia. Para citado autor, a atividade lúdica  precede a cultura, estando presente também entre os animais e, nesse perspectiva  a  civilização não poderia existir sem a presença  esse fenômeno humano. 
Todavia, muitos são os estudos sociais e culturais que registram a prática do brincar no cotidiano dos povos, revelando-se como um fenômeno universal na história e perpassa as gerações, sendo considerada uma das ações mais antigas do homem, acompanhando-o em sua evolução.
Na Antiguidade, relatam que há registros históricos e antropológicos que descrevem que crianças participavam junto dos adultos das mesmas festividades, ritos e brincadeiras, porém, enfatizam que os jogos eram considerados hábitos superficiais, compreendidos como sem utilidade e limitando-se a momentos de recreação. Até o final do século XIX, a maioria dos brinquedos era fabricada em casa, ou feita de maneira artesanal.
Há registros arqueológicos que datam a existência de brinquedos desde os tempos mais remotos da história das civilizações. Assim, a história do brinquedo é tão antiga quanto à história do homem.
Muitos brinquedos que nós conhecemos hoje em dia têm sua origem nas mais antigas culturas. É o caso das bonecas, por exemplo, que foram criadas provavelmente há quarenta mil anos, na Ásia e na Àfrica onde eram usadas em rituais e cerimônias religiosas, sendo depois usadas como brinquedos não Egito. Os peões também são outro exemplo, surgiram por volta do ano 3.000 a.C. , na Babilônia. Já os primeiros chocalhos, surgidos no Egito, datam de 1.300 a.C. e as pipas apareceram na China no ano 1.000 a.C, mesma época em que surgiram os primeiros ioiôs feitos de pedras e cerâmicas, os quais, posteriormente, usados na Grécia. Já os soldadinhos de chumbo, criados como peças de jogos de guerra, e as caixinhas de música  datam-se no século XVIII. Há registros arqueológicos que os peões mais antigos foram encontrados em escavações realizadas na Babilônia no século XIX. Geralmente, as crianças eram enterradas com seus brinquedos e pertences.
Todavia, muitos são os estudos sociais e culturais que registram a prática do brincar no cotidiano dos povos, revelando-se como um fenômeno universal na história e perpassa as gerações, sendo considerada uma das ações mais antigas do homem, acompanhando-o em sua evolução.
Há registros históricos e antropológicos que descrevem que crianças participavam junto dos adultos das mesmas festividades, ritos e brincadeiras, porém, enfatizam que os jogos eram considerados hábitos superficiais, compreendidos como sem utilidade e limitando-se a momentos de recreação. Até o final do século XIX, a maioria dos brinquedos era fabricada em casa, ou feita de maneira artesanal.
Muitos brinquedos que nós conhecemos hoje em dia têm sua origem nas mais antigas culturas. É o caso das bonecas, por exemplo, que foram criadas provavelmente há quarenta mil anos, na Ásia e na Àfrica onde eram usadas em rituais e cerimônias religiosas, sendo depois usadas como brinquedos não Egito. Os peões também são outro exemplo, surgiram por volta do ano 3.000 a.C. , na Babilônia. Já os primeiros chocalhos, surgidos no Egito, datam de 1.300 a.C. e as pipas apareceram na China no ano 1.000 a.C, mesma época em que surgiram os primeiros ioiôs feitos de pedras e cerâmicas, os quais, posteriormente, usados na Grécia. Já os soldadinhos de chumbo, criados como peças de jogos de guerra, e as caixinhas de música  datam-se no século XVIII. Há registros arqueológicos que os peões mais antigos foram encontrados em escavações realizadas na Babilônia no século XIX. Geralmente, as crianças eram enterradas com seus brinquedos e pertences.
Na Idade Média, os jogos não aparecem de forma positiva, sendo considerados sem seriedade. Assinala que até antes mesmo do Romantismo vigoraram três concepções a cerca da relação entre o brincar infantil e a educação:  (1) recreação; (2) uso do jogo para favorecer o ensino de conteúdos escolares e; (3) diagnóstico da personalidade infantil e recurso para ajustar o ensino às necessidades infantis.
Curiosamente, é sabido que os primeiros objetos semelhantes a utensílios lúdicos ou brinquedos foram encontrados há muito tempo atrás na mesopotâmia, em tumbas funerárias datadas de 2000 a.C., e no Egito, foram achados objetos feitos com a intenção de servir às brincadeiras infantis, por volta de 1000 a.C. 
 Na Grécia, no século IV a.C., foram encontrados bonecas em túmulos de crianças atenienses. Um fato curioso é que as mulheres de Atenas costumavam consagrar suas bonecas à deusa Afrodite, que representava o amor e a beleza. Essa tradição representava uma espécie de pedido de sorte no amor. Entretanto, o primeiro a demonstrar interesse pelo estudo do lúdico foi o filósofo Platão e, por conseguinte, Aristóteles, que apontaram a importância dos jogos no desenvolvimento da aprendizagem das crianças, principalmente nas áreas das ciências exatas.
Posteriormente, com os ensinamentos pedagógicos trazidos pelos padres jesuítas, a atividade lúdica passa a ter um destaque importante nas comunidades coloniais, principalmente no estudo da gramática e da ortografia. Muitos desses sacerdotes também utilizaram jogos educativos para catequizar os índios brasileiros. Além disso, trouxeram para o país instrumentos musicais e brinquedos que foram introduzidos no cotidiano das comunidades, onde crianças e adultos se misturavam e eram educados conforme os ensinamentos católicos oferecidos por esses religiosos.
No Egito Antigo, por volta de 2000 a.C., muitos arqueólogos encontraram bonecas em escavações egípcias; algumas eram feitas de madeira, outras de barro.  
Com as mudanças ocorridas a partir do século XIV na Europa, inaugurando uma era de valorização do humanismo e de novas perspectivas para o pensamento europeu, o ato de brincar torna-se importante instrumento para as práticas educativas, sendo visto como uma das mais importantes manifestações do existir humano. É a partir do referido século que a pintura começa a retratar as crianças envolvidas com os jogos, geralmente relacionando.
No século XVI, o pintor flamengo Pieter Bruegel (1525-1569) criou a obra “Jogos infantis”, em 1560, para retratar o cotidiano de crianças europeias, ilustrando aproximadamente 250 personagens participando de 84 tipos de brincadeira, em 1560.
 No entanto, foi entre nos séculos XVII e XVIII que se fez uma diferenciação referente à concepção da infância, aparecendo então novos conceitos a respeito de suas características.
Entretanto, muitos pensadores se destacaram na história, como o filósofo  do Iluminismo[1] e precursor do Romantismo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o qual trouxe muitas contribuições para o estudo acerca da infância, incentivando um tipo de pedagogia que motivasse o uso frequente dos jogos na educação infantil. Esse pensador também defendia que a educação deveria ser progressista, de acordo com o período de desenvolvimento, cada momento devendo ser adaptado às necessidades individuais, ou seja, as diferenças individuais deveriam ser respeitadas.
Baseado nessa percepção de criança, Rousseau criou uma teoria do desenvolvimento infantil e tomando com base a ideia da “bondade original” elaborou um projeto pedagógico no qual o infante passaria a ser encarada como um ser que se encontrara em processo de desenvolvimento psicofísico, rompendo assim com a concepção vigente do seu tempo em considerar a criança como um adulto em miniatura.
Posteriormente, ao longo do processo histórico, outros paradigmas foram surgindo, como as teorias psicológicas do desenvolvimento infantil apresentadas novos pensadores, que contribuíram ainda mais para a compreensão da criança numa ótica social e cultural e, também, abrindo novos caminhos para os discursos pedagógicos sobre o universo infantil. Assim, interferências importantes vieram dos trabalhos dos psicólogos Lev Vygotsky (1896-1934), Jean Piaget (1896-1980) e Henri Wallon (1877-1962), voltando-se para o campo da aprendizagem humana. 
A saber, Vygotsky buscou enfatizou a função do jogo e do faz-de-conta como mecanismos pedagógicos para serem usados na educação de crianças em idade escolar. Acreditava que no brinquedo, a criança sempre comportaria além da conduta habitual de sua idade e de seu cotidiano. Como foco de uma lente de aumento, o brinquedo conteria todas as tendências do desenvolvimento sob a forma condensada, sendo, ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento e aprendizagem para a criança. 
Dentro da perspectiva vigotskyana, os processos psicológicos são construídos com base nas relações sociais e culturais. Por isso, toda conduta humana, inclusive a brincadeira, é construída no processo social. A imaginação surge na ação. Por meio do ato lúdico, a criança se projeta no mundo do adulto, aprendendo novos espaços e novas significações. Nesse mundo ilusório, a criança pode realizar seus desejos e desenvolver formas de comportamento socialmente constituídas, pois, tem, constantemente, de controlar seus impulsos pelo bem da brincadeira. 
Por isso, no processo criativo do brincar infantil, a relação com o outro aparece como um fenômeno mediador entre a libertação e as regras da realidade onde ambos se encontram. Por meio das interações, a criança vai  reelaborar suas experiências da realidade, combinando e recriando novos contextos, de acordo com suas próprias necessidades e preferências. Nesse sentido, cada vez que brinca, a criança desenvolve mais suas habilidades e capacidades cognitivas, potencializando ainda mais suas aptidões, que são adquiridas socialmente e com a interação que exerce com o meio.  Assim, conforme a teoria histórico-cultural, o processo de desenvolvimento infantil resulta do processo de aprendizagem, que é mediado pelo contexto de socialização, capaz de preservar e transmitir a herança cultural a que ela necessitará para se desenvolver ou mesmo sobreviver.
Já Piaget segue outro percurso no pensamento a cerca do brincar. A saber, em seus estudos, ampliou a compreensão e sentido do lúdico no contexto do desenvolvimento educacional da criança. Com esse pensador surge então a concepção interacionista de desenvolvimento infantil como resultado da combinação entre o organismo e o meio, e sua interação tem como consequência o processo de assimilação e o da acomodação. Nessa perspectiva, a brincadeira não receberia uma conceituação específica. Ela seria considerada também como uma ação assimiladora e participa do conteúdo da inteligência, como a aprendizagem. Assim, ao manifestar uma conduta lúdica, a criança demonstraria o nível de seus estágios cognitivos e construiria conhecimentos.
Dentro da perspectiva piagetiana, a criança, desde seu nascimento, encontra-se submersa em um meio social que atua sobre ela e fornece um sistema de signos que transforma seu pensamento, propõe valores novos  e impõe obrigações. A existência social, portanto, modifica a inteligência pelo conteúdo das trocas e pelas regras impostas ao pensamento, porém o desenvolvimento cognitivo que se dá na interação da criança com o objeto e está contido nesse meio social vai acontecer de acordo com as possibilidades da socialização de cada uma.
 Wallon, em sua teoria, defende que o brincar é uma atividade própria da criança e que deve ser uma ação livre de repressão. Deve provocar bem-estar na criança porque está direcionado à satisfação das necessidades psíquicas em contraposição às necessidades impostas pela existência. Na brincadeira, a criança poderia subverter as disciplinas e as regras sem a preocupação de punições.
Nesse contexto, o referido autor também apresenta uma classificação acerca da atividade lúdica, destacando quatro aspectos importantes: o primeiro é o funcional, que são os movimentos simples dos bebês, como encolher os braços e as pernas e balançar objetos; o segundo é o de ficção, que são as brincadeiras de faz de conta; o terceiro é o de aquisição, nos quais a criança aprende vendo e ouvindo;e por fim, o quarto aspecto, o de construção, em que ela reúne, combina e modifica objetos entre si. 




[1] Iluminismo: corrente filosófica, social e política centrada na razão, que surge na Europa no início do século XVIII. 



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