sábado, 13 de janeiro de 2018

                                                                            Por DANIEL MACEDO*



         O que fazer quando descobrimos que temos mais dificuldades do que imaginávamos ter? Quando percebemos que somos menos livres do que pensávamos?
         Todos experimentam aspectos perturbadores , que não sabem como resolver, que estão mais arraigados do que parecia. Cada um de nós tem suas áreas de conflito, suas ambiguidades , seus brilhos e sombras. em alguns campos somos soberanos, cheios de alternativas. em outros, parece que sempre "a roda trava", que não saímos do lugar. 
     Às vezes pensamos que certas dificuldades já estavam superadas, mas elas teimam em reaparecer inesperadamente. A vida repete, em alguns momentos, o mito de Sísifo, isto é: empurramos nossas pedras por encostas às vezes íngremes e acidentadas. E quando pensamos já ter superado determinadas etapas ou metas, parece que regredimos, que voltamos a cair, que precisamos recomeçar. 
           Todos nós recebemos ao longo da vida muitos "nãos", muitas críticas, ironias, gozações e nem sempre sabemos como enfrentá-las e como aprender com elas. Muitos de nós fizemos - e continuamos fazendo - concessões demais para sermos aceitos pelos outros: pais, irmãos, amigos, grupos que frequentamos, pelos chefes no local de trabalho e assim por diante. Muitos de nós aprendem a ser "bonzinhos" desde pequenos, a obedecer sempre, a ficar calado, a não discordar dos adultos, a não criar problemas, com medo do julgamento ou punições dos outros, medo de ser rejeitados; sempre buscando ser aceitos e conseguir "migalhas de afeto".
            Alguns ficam girando mais em torno dos outros do que em torno de si mesmos e pagam um preço pesado em insegurança, em acanhamento, na perda de oportunidades, da autoconfiança e da realização em todos os níveis.  

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* É Psicólogo Clínico, natural de Picuí-PB. 
Mestre em Psicanálise aplicada à Educação e à Saúde; 
Especialista nas áreas de: Neuropsicopedagogia, Saúde Mental, Terapia Cognitivo-Comportamental e Psicanálise aplicada à Clínica Infantil. 


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