Por DANIEL MACEDO*
O ser humano
está sempre tentando equilibrar a busca do seu caminho exclusivo, daquilo que o
diferencia, com a busca de ser aceito pelas pessoas mais próximas, pelos grupos
aos quais pertence e pela sociedade em geral.
Quando crianças,
encontramos o mundo “pronto” e nos esforçamos para entendê-lo e nos encaixarmos
nele. A sociedade nos ensina, ao mostrar o que é positivo e negativo, o que
fazer para sermos bem aceitos. No momento em que começamos a procurar o nosso
caminho exclusivo, próprio, a nossa energia passa a se concentrar no aprendizado
de como se ajustar às expectativas sociais... Porque precisamos ser queridos,
valorizados, integrados. E a sociedade predomina sobre o indivíduo.
Então, vamos
construindo uma personalidade para ser aceita por todos: nós nos mostramos
cordiais, abertos, equilibrados e, ao mesmo tempo, vamos desenvolvendo técnicas
de dissimular nossos medos, raivas e esconder a agressividade. E assim
crescermos, abafando o que é considerado negativo, dissimulando-0 ao máximo.
No entanto, os
impulsos para evoluir continuam escondidos, atendo, desenvolvendo-se em
silêncio... e se manifestando em momentos inesperados. São impulsos de vida, de
força. Acontece que estão mal direcionados, porque não têm espaço para se
manifestarem, não estão sendo aceitos, não estão sendo integrados mantém os
jovens seres humanos em uma tensão surda, exigindo um esforço extenuante para
conseguir reequilibrar a personalidade com as demandas sociais.
No início da
vida adulta, quando as pessoas definem e experimentam as primeiras escolhas,
anto as profissionais como as afetivas, começam notar quanto espaço de sua
personalidade elas cederam para conquistar um trabalho, para construir a manter
uma família, enfim: para se adaptarem aos outros e aos ambientes que
frequentam. Então, surge a necessidade de redefinir as metas, de expressar
melhor a própria personalidade, de se tornarem pessoas com luz própria.
Assim, e
geralmente a partir de acontecimentos marcantes e de crises variadas, nós
constatamos que precisamos reavaliar nossas metas, nosso objetivos, para descobrir
nossa verdadeira identidade. Então, começamos a rever o que temos: valores,
expectativas, educação; mantemos o que nos serve e tentamos descartar o que nos
pesa, o que parece inútil. E começamos a caminhar para a autonomia, para a
individuação, para o crescimento integral.
Nesse cenário,
as mudanças do cotidiano produzem em longo prazo, grandes saltos de qualidade,
gerando diferenças significativas na forma como a gente se vê e como somos
vistos pelos demais. Tornamo-nos pessoas mais harmoniosas, integradas,
realizadas, que caminham em processos de mudança libertadora... pessoas que estão aprendendo a viver.
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