quinta-feira, 11 de janeiro de 2018


Por DANIEL MACEDO*

O ser humano está sempre tentando equilibrar a busca do seu caminho exclusivo, daquilo que o diferencia, com a busca de ser aceito pelas pessoas mais próximas, pelos grupos aos quais pertence e pela sociedade em geral.
Quando crianças, encontramos o mundo “pronto” e nos esforçamos para entendê-lo e nos encaixarmos nele. A sociedade nos ensina, ao mostrar o que é positivo e negativo, o que fazer para sermos bem aceitos. No momento em que começamos a procurar o nosso caminho exclusivo, próprio, a nossa energia passa a se concentrar no aprendizado de como se ajustar às expectativas sociais... Porque precisamos ser queridos, valorizados, integrados. E a sociedade predomina sobre o indivíduo.
Então, vamos construindo uma personalidade para ser aceita por todos: nós nos mostramos cordiais, abertos, equilibrados e, ao mesmo tempo, vamos desenvolvendo técnicas de dissimular nossos medos, raivas e esconder a agressividade. E assim crescermos, abafando o que é considerado negativo, dissimulando-0 ao máximo.
No entanto, os impulsos para evoluir continuam escondidos, atendo, desenvolvendo-se em silêncio... e se manifestando em momentos inesperados. São impulsos de vida, de força. Acontece que estão mal direcionados, porque não têm espaço para se manifestarem, não estão sendo aceitos, não estão sendo integrados mantém os jovens seres humanos em uma tensão surda, exigindo um esforço extenuante para conseguir reequilibrar a personalidade com as demandas sociais.
No início da vida adulta, quando as pessoas definem e experimentam as primeiras escolhas, anto as profissionais como as afetivas, começam notar quanto espaço de sua personalidade elas cederam para conquistar um trabalho, para construir a manter uma família, enfim: para se adaptarem aos outros e aos ambientes que frequentam. Então, surge a necessidade de redefinir as metas, de expressar melhor a própria personalidade, de se tornarem pessoas com luz própria.
Assim, e geralmente a partir de acontecimentos marcantes e de crises variadas, nós constatamos que precisamos reavaliar nossas metas, nosso objetivos, para descobrir nossa verdadeira identidade. Então, começamos a rever o que temos: valores, expectativas, educação; mantemos o que nos serve e tentamos descartar o que nos pesa, o que parece inútil. E começamos a caminhar para a autonomia, para a individuação, para o crescimento integral.

Nesse cenário, as mudanças do cotidiano produzem em longo prazo, grandes saltos de qualidade, gerando diferenças significativas na forma como a gente se vê e como somos vistos pelos demais. Tornamo-nos pessoas mais harmoniosas, integradas, realizadas, que caminham em processos de mudança libertadora... pessoas que  estão aprendendo a viver. 


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