* Por Daniel Macedo.
O diagnóstico do autismo baseia-se na observação do comportamento, e
não em exames clínicos. Segundo as normas da Associação Americana de Psiquiatria, na quarta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (DSM-IV)”, para que uma pessoa seja diagnosticada como autista é
preciso que a pessoa apresente seis ou mais dos itens a seguir, com pelo menos
dois do grupo 1, um do grupo 2 e um do grupo 3. Há quem chame as três áreas
afetadas de “tríade autista”: socialização, comunicação e comportamentos focalizados
e repetitivos.
1) Grupo 1
Deficiências na interação social:
- dificuldade de se comunicar através de gestos e expressões facial e corporal;
- não faz amizades facilmente;
- não tenta compartilhar suas emoções (Ex.: não mostra coisas de que gostou);
- falta de reciprocidade social ou emocional (não expressa facilmente seus sentimentos,
nem percebe os sentimentos alheios).
2) Grupo 2
Deficiências na comunicação:
- atraso ou falta de linguagem falada;
- nos que falam, dificuldade muito grande em iniciar ou manter uma conversa;
- uso estereotipado e repetitivo da linguagem (usa frases de propagandas, filmes
novelas, programas de televisão, trechos ou músicas inteiras);
- falta de jogos de imitação (Ex: representar o papai, a mamãe, a professora –
algo muito comum nas brincadeiras de crianças).
3) Grupo 3
Comportamento focalizado e repetitivo:
- preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados (Ex.: não
misturar alimentos no prato, não ingerir alimentos com determinadas texturas,
seguir sempre o mesmo ritual para determinadas tarefas);
- assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter “manias” ou focalizar-se em
um único assunto de interesse);
- maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, bater a mão
uma na outra, ficar olhando fixamente as mãos, ter sempre um objeto de
interesse e ficar manipulando este objeto);
- preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na
roda de um carrinho ou hélice de ventiladores, por exemplo).
Grande parte das pessoas autistas tem Distúrbio de Integração Sensorial
(DIS): seus sentidos podem ser hipo ou hiperdesenvolvidos. Podem ser capazes
de ouvir sons quase inaudíveis, como um alfinete caindo ao chão ou a água
correndo nos encanamentos, ou ter sensibilidade a ruídos altos, como
liquidificadores e furadeiras; sentir cheiros imperceptíveis para as demais pessoas;
podem não suportar luzes fluorescentes, por perceber a luz oscilando como
um estroboscópio devido à corrente alternada; toques e outros contatos lhes
podem ser desagradáveis, assim como texturas de tecidos e alimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário